Seguidor de Gbagbo incita à violência contra forças da ONU

O LÍDER do grupo "Jovens Patriotas”, apoiantes do presidente cessante da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, apelou ontem aos jovens do país para se organizarem em grupos para impedir a circulação das forças das Nações Unidas (ONU).
Maputo, Sábado, 26 de Fevereiro de 2011:: Notícias
 
Peço aos jovens da Costa do Marfim para se organizarem em comités para impedir a ONUCI (Operação das Nações Unidas na Costa do Marfim) de circular, por todos os meios”, disse Charles Ble Goude perante um grupo de cerca de três mil pessoas em Abidjan.

“Hoje não são os rebeldes que estão em guerra, é a UNOCI que a faz”, afirmou, apelando por isso à criação de “comités de autodefesa nos bairros”.

Na Costa do Marfim, e na capital do país, Abidjan, em particular, têm recrudescido desde há mais de uma semana manifestações e acções de violência entre partidários de Gbagbo e forças militares leais a Alassane Ouattara, Presidente eleito e reconhecido pela comunidade internacional.

Num comunicado divulgado após a reunião do conselho de ministros, na quinta-feira, o governo de Gbagbo condenou “a atitude das forças da ONU cúmplices da infiltração de ‘rebeldes’ em diversos bairros de Abidjan.

Enquanto isso, fortes tiroteios foram ouvidos na capital política da Costa do Marfim, Yamoussoukro, fruto de confrontos entre as forças leais ao presidente Laurent Gbagbo e habitantes de um bairro que apoia Alassane Ouattara, segundo testemunhas.

As patrulhas das Forças de Defesa e Segurança (FDS), leais a Gbagbo, foram alvo de disparos durante a noite no bairro de Diulabugu. Em seguida, começou um tiroteio que durou até a manhã do dia seguinte, indicaram à AFP fontes da FDS.

Desde o início da crise política no país, provocada pelas eleições presidenciais de Novembro, vários confrontos já ocorreram entre a FDS e os partidários de Alassane Ouattara.

Crise líbia: Kadhafi perde terreno

A REBELIÃO mantinha ontem o controlo sobre o leste da Líbia e o Governo de Muammar Kadhafi tentava sufocar a extensão do movimento na parte oeste, ao mesmo tempo que dezenas de milhares de líbios e estrangeiros fugiam do país por terra, mar e ar.
Maputo, Sábado, 26 de Fevereiro de 2011:: Notícias
 
Há notícias de que os opositores ao regime tomaram inclusivamente bases militares e edifícios governamentais em Benghazi e Tobruk, onde tomaram lugares estratégicos.

Os activistas que, segundo as agências internacionais incluem desertores das forças armadas líbias, avançavam para a região oeste, onde se falava ontem de confrontos militares.

Também há notícias de combates entre forças pró e anti-governamentais na cidade de Misrata, a terceira maior do país.

Em Tripoli, foi igualmente anunciada a eclosão dos confrontos na quinta-feira. Segundo fontes, pelo menos cinco pessoas morreram na capital líbia quando forças de segurança abriram fogo contra manifestantes anti-governamentais a oeste da cidade, disse um morador local.

A fonte, que não quis ser identificada, também afirmou que opositores do líder líbio, gritavam slogans contra Muammr Kadhafi no distrito de Fashloum, a leste de Trípoli.

Os combates em Tripoli eclodiram depois que os manifestantes anti-governamentais assumiram o controlo de diversas cidades próximo da capital, após uma rebelião centralizada na cidade de Benghazi, que retirou grande parte do leste da Líbia do controlo de Kadhafi.

O filho do líder líbio, Saif al Islam, afirmou a um canal de televisão turco que a sua família está decidida a viver e morrer na Líbia, independentemente do que acontecer, e impedir que os terroristas controlem uma parte do país.

Indagado por um jornalista do canal CNN-Türk sobre uma possível fuga da sua família se os rebeldes vencer, Saif al Islam respondeu: “O nosso primero plano é viver e morrer na Líbia”, declarou Saif, reconhecendo que os partidários do líder já não controlam a parte oriental da Líbia, mas assegurou que recuperariam o controlo dessa zona.

A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, denunciou ontem o aumento da repressão aos manifestantes que ameaçam o regime de Kadhafi, que pode ter deixado “milhares de mortos e feridos”.

Os serviços de segurança dos Estados Unidos e da Europa consideram que o poder do líder líbio sobre o país pode depender, em parte, do desempenho de uma unidade militar de elite liderada por um dos seus filhos mais novos.

Entretanto, a Suiça anunciou o congelamento das contas bancárias de Kadhafi e colaboradores, enquanto o Governo britânico indicou que vai congelar as contas bancárias domiciliadas em Londres do dirigente líbio bem como o seu património imobiliário, avaliados em mais de 20 mil milhões de euros, revelou ontem o diário The Telegraph.

http://opais.sapo.mz/index.php/sociedade/45-sociedade/12387-piratas-somalis-ameacam-matar-24-tripulantes-do-vega-5-feitos-refens.html

Caso não se pague o resgate avaliado em cinco milhões de dólares Dos 24 cidadãos feitos reféns há sensivelmente  50 dias, 19 são moçambicanos  e todos estavam ao serviço da “Pescamar”, quando foram sequestrados no largo do Bazaruto.

Os 24 cidadãos, dos quais 19 moçambicanos, feitos reféns por piratas somalis, desde Dezembro último, poderão ser executados num prazo de sete dias, contados a partir da quarta-feira passada, caso o Governo ou a Pescamar não desembolsem o valor exigido pelos piratas para o efeito de resgate.
De acordo Tina Oliveira, irmã de um dos moçambicanos sequestrados, Olívio Oliveira, os piratas exigem um valor estimado em cinco milhões de dólares americanos para a libertação dos sequestrados.
Porém, em contacto telefónico com o nosso jornal, um dos piratas disse que o Governo ou a Pescamar deve pagar 500 dólares para que os reféns sejam devolvidos ao nosso país.
Na referida conversa mantida entre o nosso matutino e o pirata, pedimos falar com um dos moçambicanos reféns, mas a solicitação não foi aceite. Os somalis disseram que tal só seria possível mediante o pagamento do valor exigido. “Enviem-nos o dinheiro que terão os vossos amigos”.
Governo reage
O ministro das Pescas, Victor Borges, reagindo ontem ao assunto, disse que o Governo ainda não recebeu nenhuma informação relativa ao pedido de resgate dos cidadãos feitos reféns por somalis. 
Victor Borges considera estranha a atitude dos somalis, alegadamente por não ser seu costume exigir valores aos governos, mas sim a empresas proprietárias das embarcações que, neste caso concreto, seria a Pescamar.
No total, os piratas têm na sua posse 36 embarcações, sendo o “Vega 5” a vigésima sétima embarcação a chegar ao local. Curiosamente, nenhum desses sequestros foi notificado a um governo, mas sim às empresas proprietárias, afirmou o titular da pasta das Pescas.
Famílias continuam desesperadas
Na ausência de uma palavra satisfatória do Governo e/ou do proprietário da embarcação a responder positivamente às chantagens dos piratas somalis, as famílias das vítimas continuam num autêntico sofrimento, devido, por um lado, à ausência dos parentes e, por outro, à falta das condições de vida, já que alguns sequestrados eram chefes de famílias.

Reabilitação da Linha de Sena: Estado “chumba” qualidade da obra

Nenhum dos 554 quilómetros da linha férrea de Sena, no centro do país, responde aos padrões definidos no contrato de reabilitação rubricado entre o Estado moçambicano e o consórcio indiano Rites and Ircon, no âmbito da concessão do Sistema Ferroviário do Centro, rubricado em 2004. O Presidente do Conselho de Administração dos Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) percorreu a linha nos últimos dois dias em visita de fiscalização às obras e, na hora do balanço, disse não acreditar que o consórcio indiano vá a tempo de corrigir os erros e omissões abundantes no empreendimento e de evitar o cancelamento da concessão do sistema, conforme decisão do Conselho de Ministros.Maputo, Quarta-Feira, 9 de Fevereiro de 2011:: Notícias


A mais grave das omissões detectadas por Rosário Mualeia está ligada à balastragem, cujas deficiências em vários troços da linha podem reduzir a capacidade de resposta aos volumes de carga projectados para os próximos tempos, particularmente após o arranque das operações de exportação do carvão de Moatize a partir do Porto da Beira. Balastragem é o processo de colocação de pedra sobre a qual assentam os carris em condições capazes de aguentar com o peso das cargas planeadas.

Tal deficiência origina desníveis na linha que a serem ignoradas podem provocar descarrilamento de comboios, sobretudo quando a linha estiver em pleno uso da sua capacidade, estimada em seis milhões de toneladas por ano.

Na conversa que manteve com jornalistas no final da visita, Mualeia também se referiu à falta de valas de drenagem, outro elemento que, segundo ele, pode fragilizar a linha, uma vez que em tempo de chuva as águas fluviais vão invadir a via arrastando solos, contaminando o balastro ou movimentando-o, com todas as consequências para a estabilidade da ferrovia.

A empreitada na linha de Sena inclui ainda a reabilitação de 17 estações ferroviárias, bem como a construção e/ou reabilitação de residências para o pessoal das operações, trabalho que, segundo pôde constatar a nossa Reportagem, apenas foi concluído em duas, nomeadamente a de Muanza e de Inhaminga. Em Caia, por exemplo, as obras de construção do novo edifício da estação foram iniciadas em Agosto de 2010, mas até à última segunda-feira não passavam das fundações.

“A minha maior infelicidade no final da visita é não ter podido ver um único quilómetro, dos 554 da extensão da linha, em condições de responder aos padrões estabelecidos no contrato. Ainda há muito trabalho por realizar e considerando que haverá certamente outros aspectos que serão apontados pelo engenheiro independente da obra, por maior que seja o esforço do empreiteiro, não acredito que o trabalho possa ser concluído no tempo que vai até 24 de Março, depois do que vamos comunicar formalmente a rescisão do contrato”, explica Mualeia.Segundo o PCA dos CFM, a RICON não está em condições de concluir o trabalho, uma vez que além de não dispor de capacidade financeira e meios humanos qualificados, tem grande parte do seu equipamento avariado, situação que joga a seu desfavor.

Ronaldo ou Messi: quem é o Di Stéfano do século XXI?

A pergunta é tão absurda como a do "gostas mais da mamã ou do papá?" Quique Flores iniciou o debate, Valdano respondeu sem demora. Amanhã, dois Stéfanos em Genebra, no Portugal-Argentina

Pelé ou Maradona? Eusébio tem a resposta na ponta da língua: Di Stéfano. "Ele jogava com todas as partes do corpo, aquilo é que era um jogador completo. E recuava, ia lá atrás, roubava a bola ao adversário e iniciava um ataque. Às vezes, até o concluía com um golo. Garanto-lhe: um fenómeno sem igual!"

É sábado, dia de Barcelona-Atlético Madrid. Os três golos de Messi são um pormenor. A jogada que o marca ocorre aos 51 minutos. Agüero pega na bola, passa o meio-campo do Atlético (uy, que raro!), corre, corre, corre e está quase a chegar à área do Barcelona, quando aparece um homem. Afinal, há aqui um equívoco. É um miúdo. É Messi, que rouba a bola ao compatriota com uma classe digna de um Beckenbauer e sai a jogar, depois de passar por Felipe Luis com mais um toque virtuoso. No final, há quem o endeuse. Como Quique Flores, treinador do Atlético Madrid. "Messi é o Di Stéfano do século XXI."

Um dia depois, domingo, há Real Madrid-Real Sociedad no cartaz da Liga espanhola. Cristiano Ronaldo marca mais dois golos mas isso é um pormenor. Um lance mágico, aos 19 minutos. Lançamento largo de Özil para a esquerda. De costas para a bola e marcado em cima por Estrada, não se espera grande coisa de Ronaldo. A jogada está perdida. Mas Ronaldo inventa a espaldinha, um toque com as costas em que a bola passa por cima do adversário. A habilidade de CR7 faz com que o Bernabéu venha abaixo com aplausos e interjeições do tipo "Ooooooohhhhhhhh, coño, joder". No final, há quem o endeuse. "Cristiano é que é o Di Stéfano do século XXI", diz Valdano, o triplo D (desesperado director-desportivo) do Madrid, a quem Mourinho fechou a porta do balneário na cara numa tentativa (bem-sucedida) de o afastar da equipa.

Sem o que fazer, Valdano trabalha para reconquistar o seu lugar dentro do balneário, onde já actuou como jogador (1984-87) e treinador (94-96). E que trabalheira... Essa de eleger um português (Ronaldo), em detrimento de um paysano (Messi), para sucessor de um compatriota (Di Stéfano) é um pedido de socorro.

Mourinho não foi cá em cantigas, e até se atirou ao outro, que é Messi. "Ronaldo joga sempre com todas as forças, esgota-se em campo, mas tem um problema: a ele, que tem um bom corpo e é forte, os adversários metem-lhe o pé, derrubam-no. Não é como ao outro [Messi], a quem todos têm medo de meter o pé e ninguém lhe toca."
No meio desta troca de palavras, nada melhor que um momento chill out, na neutra Suíça. Amanhã, quarta-feira, é dia de Portugal-Argentina. Em Genebra, a cidade com nome de um gin inventado no século XVII. Aí ninguém discutia o Di Stéfano do próximo século. Deixemo-nos de histórias. Isto de eleger o Di Stéfano do século XXI é como aquela pergunta absurda do "gostas mais da mamã ou do papá?" Não há escolha possível. Os dois são Di Stéfano. Messi vai à defesa e recupera a bola junto de Agüero, como Di Stéfano. Ronaldo joga com todas as partes do corpo, incluindo as costas, como Di Stéfano. Brindamos a isso. Genebra!

 
Fonte:http://www.tim.co.mz/por/Noticias/Desporto/Ronaldo-ou-Messi-quem-e-o-Di-Stefano-do-seculo-XXI

"Samora Machel foi barbaramente assassinado pelo Apartheid"

Presidente da República não tem dúvidas


Samora foi o líder que foi porque respondeu ao chamamento da pátria, valorizando-se a si próprio e procurando, na auto-estima, a fonte de inspiração, de força, e a construção dum mundo melhor para si e para o seu povo

Intervindo no comício popular que ontem orientou em Xai-Xai, o Presidente da República, Armando Guebuza, afirmou numa passagem do seu discurso que “Samora Machel foi barbaramente assassinado pelo regime do Apartheid, nas colinas de Mbuzini, em território sul-africano”. Na verdade, não se trata de uma tese nova. No entanto, não deixa de ser curioso o Presidente da República continuar a reiterar e tomar esta tese como uma verdade acabada, na medida em que o mesmo encarregou o procurador-geral da República, Augusto Paulino, de dar continuidade às investigações sobre as reais causas que ditaram a morte de Machel, a 19 de Outubro de 1986. Ou seja, se é um facto que Samora foi morto pelo Apartheid, não faz sentido mandar investigar, sendo, sim, necessário que o Estado moçambicano desencadeie mecanismos legais e diplomáticos junto do governo sul-africano ou das Nações Unidas com vista a prender, julgar e punir severamente os responsáveis por este acto hediondo.

Refira-se que, logo após a morte de Samora Machel, Armando Guebuza foi a pessoa que chefiou a comissão de inquérito sobre as causas do despenhamento do Tupolev que acabou vitimando Machel e sua delegação. E os resultados desta comissão nunca foram de domínio público.



"Samora não seguiu o pré-destino"

No entanto, não deixa de ser verdade que o discurso lido por Armando Guebuza, ontem, tenha sido um dos mais bem elaborados e, por isso, mais emocionantes. Guebuza falou de um Machel que se recusou a que a sua biografia seguisse o curso que lhe fora pré-destinado, na medida em que, se tal tivesse acontecido, “ele teria nascido, vivido e morrido sem registo para posteridade, senão, talvez, na memória dos seus entes queridos, amigos (...) tudo estava traçado para frustrar o seu avanço. Todavia, Samora Machel contrariou, já naquela época, o roteiro que a implacabilidade da opressão e humilhação colonial impunham a todo o jovem africano com ambição. Pela sua tenacidade e sentido de propósito, desafiou não só o sistema de administração estrangeira, como também, e acima de tudo, o destino. Formando-se, ele, afirmou, da forma mais enfática possível, que ele não seria vítima do destino, mas, sim, dono da sua própria biografia, obreiro da sua trajectória de vida e narrador principal da sua história de vida”, disse Guebuza.

Numa nota de fecho, Guebuza disse que “Samora foi o líder que foi porque não deixou o seu talento e o seu potencial morrerem nas mãos da adversidade colonial; porque não deixou que as circunstâncias fossem donas do seu destino; porque respondeu ao chamamento da pátria, valorizando-se a si próprio e procurando, na auto-estima, a fonte de inspiração e de força, e a construção dum mundo melhor para si e para o seu povo”.
Fonte:http://www.opais.co.mz/index.php/politica/63-politica/12134-qsamora-machel-foi-barbaramente-assassinado-pelo-apartheidq.html

O “Dia da Ira” popular chega ao Iémen

Crise no mundo árabe

Pelo menos 20 mil manifestantes da oposição iemenita iniciaram, ontem, protestos contra o regime do presidente Ali Abdullah Saleh diante da Universidade de Sanaa, segundo a agência EFE. Os manifestantes gritam palavras de ordem contra a corrupção e instam à revolução, no começo de uma jornada denominada “Dia da Ira”. Os manifestantes não acreditam no discurso do presidente iemenita, no qual se comprometeu a congelar as reformas constitucionais que pretendia efectuar para não limitar o número de mandatos presidenciais. Em mensagem ao Parlamento, o líder iemenita tinha dito “não à extensão do mandato e à herança”. E ainda esta semana, o presidente, num jogo estratégico, convidou a oposição a participar no Governo de Unidade Nacional. Todavia, os manifestantes rejeitaram estas promessas com palavras de ordem como “revolução, revolução”, “discursos falsos” e “promessas falsas”. Dezenas de milhares de manifestantes organizaram outras concentrações, em distintas províncias do país, como já ocorrera na quinta-feira passada. O partido governante, por sua vez, enviou milhares de seguidores à praça Tahrir (Libertação), no centro da capital, para expressar apoio ao presidente e ao governo iemenitas. A praça seria palco da manifestação convocada pela oposição há dois dias, mas como os simpatizantes do governo ocuparam o lugar, na quarta-feira, os grupos opositores decidiram realizar o “Dia da Ira” no campus da Universidade de Sanaa.

No Egipto

Manifestantes anti-governo disseram estar, agora, mais determinados do que nunca em derrubar o presidente Hosni Mubarak, depois dos simpatizantes do regime terem invadido a praça Tahrir, desencadeando violência que resultou na morte de cinco pessoas e ferimentos de outras dezenas. Milhares de pessoas continuam reunidas na Praça Tahrir, depois que os manifestantes anti-regime resistiram e consolidaram o controlo do local. “Duma ou doutra maneira iremos derrubar Mubarak”, gritavam alguns manifestantes depois de se “degladiarem” com os discípulos do ditador. “Não vamos desistir”, gritavam os outros revoltados com a traição por parte de alguns populares. “O que aconteceu, ontem (quarta-feira), deu-nos maior determinação em derrubar o presidente Mubarak”, disse um porta-voz dos manifestantes.


Na Argélia
O governo da Argélia alertou, ontem, aos organizadores de um enorme protesto, previsto para ocorrer na capital Argel no próximo dia 12, que poderão ser responsabilizados se a marcha tornar-se um evento violento.

ARMANDO GUEBUZA: 68 anos revivendo memórias

O PRESIDENTE da República, Armando Guebuza, comemorou ontem, quinta-feira, o seu 68º aniversário natalício, revivendo os momentos inolvidáveis registados na memória do tempo.Maputo, Sexta-Feira, 21 de Janeiro de 2011:: Notícias



Para assinalar a ocasião, está nas prateleiras das livrarias em Maputo a obra intitulada “Armando Guebuza, Um pouco de si”, do género fotobiografia, da chancela da Imprensa Universitária, que retrata cronologicamente os vários momentos de vivência do actual estadista moçambicano desde a sua infância.



A fotobiografia quase sempre tem por objecto figuras que foram marcantes na sua época ou atingiram o brilho da intemporalidade nas artes, na ciência e na vida pública. A sua característica diferencial é o facto de a narração ser feita pela imagem, reservando-se para o texto a função de interpretar, clarificar, contextualizar a imagem.



No livro, com 152 páginas, Armando Guebuza protagoniza um percurso pessoal notável a muitos títulos. A história que ele conta na longa entrevista que serve de fio condutor a uma boa parte das páginas é comum ou em muito se assemelha a história de muitos homens e mulheres da sua geração.



Aliás, essa geração é a geração que se levantou contra as desigualdades e injustiças que vitimavam os moçambicanos e integrou, em qualquer das suas múltiplas frentes, a luta vitoriosa contra o colonialismo português.



A fotobiografia do “neófito” Guebuza proporciona uma leitura do mais elevado interesse e, sem a menor sombra de dúvida, um importante acervo informativo sobre a fase que imediatamente precede o surgimento das formas organizadas de resistência, sobre o movimento de libertação e sobre os primeiros anos da independência.



Na obra é também possível revisitar a então cidade de Lourenço Marques desde a primeira metade do século XX e acompanhar até aos anos 60 a sua estratificação sócio-racial, o exercício da sobrevivência nem por isso menos dramático dos moçambicanos que viviam na zona de contacto, os espaços de socialização no mundo dos subúrbios, a conquista da escola, o despertar da consciência nacional.



Um outro assunto retratado no livro, embora sem a extensão e profundidade que o assunto justificaria, é o movimento de fuga dos estudantes do Núcleo Estudantes Secundários Africanos de Moçambique (NESAM) para Dar-es-Salaam no início dos anos 60.


A fotobiografia segue Guebuza pelo Período de Transição para a Independência e pelas suas diversas funções governativas a partir de 1975. Excertos de documentos oficiais, artigos de imprensa, entrevistas, intervenções públicas e, novidade bem-vinda, poemas do próprio Guebuza e outros autores.



A VEIA POÉTICA




Maputo, Sexta-Feira, 21 de Janeiro de 2011:: Notícias

Na obra, destacam-se poemas como Forjando os dias futuros, da autoria de Armando Guebuza que em quatro estrofes o poeta e Chefe de Estado registou em papel os seguintes versos: “Estes dias são de certeza do dia alegre; Estes tempos são de combate à podridão; Estes tempos são rebeldia ao chicote; Estes tempos são de luta armada”.



Neste efémero mas nutrido poema de Guebuza espelha-se nitidamente o pensamento que norteia, nos dias de hoje, o desafio que ele abraçou quando decidiu concorrer para o mais alto cargo da nação e vai disseminando, como que profeticamente, a “poesia de combate” sobre os bons dias que virão.



O último verso “Estes tempos são de luta armada” aceita uma transposição para os tempos de hoje e encaixaria muito bem na mecânica do discurso político de Armando Guebuza que seria o mesmo que afirmar “Estes tempos são de luta contra a pobreza”.



A BIOGRAFIA DO PR



Maputo, Sexta-Feira, 21 de Janeiro de 2011:: Notícias

ARMANDO Emílio Guebuza, nasceu a 20 de Janeiro de 1943, em Murrupula, Província de Nampula onde, seu pai, Miguel Guebuza, exercia a função de enfermeiro e sua mãe, Marta Bocota Guebuza, doméstica.



Em 1948, seu pai é transferido para Lourenço Marques, nome como era chamada a Cidade de Maputo no período colonial. Aqui, aos seis anos, Armando Guebuza inicia os seus estudos em Xipamanine, no Centro Associativo dos Negros da Colónia de Moçambique.



Frequenta, igualmente, a Igreja da Missão Suíça, onde é integrado nas Patrulhas (Mintlawa), que para além das actividades religiosas, desenvolviam outras que exigiam a participação de todos, irmanados no espírito de sacrifício, ajuda mútua e promoção de uma visão comum.



No ensino secundário, junta-se a outros jovens, membros do Núcleo dos Estudantes Secundários Africanos de Moçambique (NESAM), e que era conhecido por “Núcleo”, uma organização cívica fundada por Eduardo Mondlane em 1949. O Núcleo tinha como actividades principais, a realização de aulas de compensação, educação cívica e cultural e, de uma forma discreta, a mobilização política.



Após a saída do Presidente do Núcleo, Joaquim Alberto Chissano, para Portugal, onde ia prosseguir os seus estudos, foram sucessivamente eleitos dois companheiros para direcção daquela organização estudantil. Em 1963, Armando Guebuza é eleito Presidente do Núcleo. A sua escolha correspondeu à expectativa, tornando o Núcleo um centro de atracção e de referência para muitos jovens e adolescentes de então. Em 1963, Armando Guebuza junta-se à rede clandestina da FRELIMO, na então Cidade de Lourenço Marques.



A sua experiência na direcção do Núcleo, a sua qualidade de monitor e o seu carisma concorreram para promover e desenvolver o trabalho clandestino no meio estudantil.



Em Março de 1964, Armando Guebuza e outros colegas, decidem abandonar Moçambique para se juntarem à FRELIMO. Para escapar ao controlo da PIDE, a tenebrosa polícia secreta do regime colonial, tiveram que abandonar o comboio em Mapai para fazer o restante percurso até à fronteira de Chicualacuala, a pé, enfrentando o cansaço, a fome e a sede. Uma vez do outro lado da fronteira rodesiana, ainda exaustos, com fome e sede, caminharam mais 30 Kms antes de retomarem ao comboio.



Depois de Salisbúria, hoje Harare, o grupo que integrava Armando Guebuza já na companhia de outros dois moçambicanos, que a eles se juntaram no comboio a caminho de Salisbúria, retomam a viagem para a Zâmbia. No comboio, são presos pela polícia rodesiana, quando se preparavam para abandonar aquele país, e encarcerados em Victoria Falls. Armando Guebuza e os seus colegas são entregues à PIDE e durante aproximadamente cinco meses são torturados para se lhes extrair confissões.



Entretanto, por alturas da sua libertação são presos os guerrilheiros da Quarta Região que se preparavam para abrir a Frente Sul. Apesar de estarem em liberdade vigiada, Armando Guebuza e os seus camaradas decidem vingar-se da acção da PIDE e reafirmar com actos de coragem que a FRELIMO estava activa. Na noite de 24 e 25 de Dezembro de 1964, espalham panfletos, na região Sul de Moçambique, que continham a fotografia do Presidente Eduardo Mondlane. Esta situação forçou a PIDE a divulgar, um comunicado com a lista dos guerrilheiros detidos dando detalhes de cada um deles. Não obstante as intimidações e chantagens da PIDE, retomam o sonho de se juntarem à FRELIMO. Permanecem alguns meses na Suazilândia, como refugiados. Mais tarde, conseguem atravessar a África do Sul e, na Bechuanalândia, um protectorado Britânico, são novamente detidos e ameaçados com a deportação pelas autoridades britânicas. Graças à intervenção do Dr. Eduardo Mondlane, exigindo a sua incondicional libertação, o grupo é entregue ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados e conduzido para a Zâmbia. Dali, mais tarde, o grupo segue para a Tanzânia, conduzido por Mariano Matsinha, então representante da FRELIMO na Zâmbia.



Na Tanzânia, Armando Guebuza é submetido aos treinos militares em Bagamoyo. Faz depois parte do grupo de combatentes que abriu o Campo de Preparação Político Militar de Nachingweya.



Em 1966, é transferido de Nachingweya para Dar-es-salam, para exercer as funções de Secretário Particular do Presidente Mondlane, em substituição de Joaquim Chissano que se preparava para ir à formação na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Nesta altura, Armando Guebuza, lecciona Cumulativamente no Instituto Moçambicano.



Mais tarde e ainda nesse mesmo ano de 1966 é nomeado Secretário para a Educação e Cultura.



Desde 1966, é membro do Comité Central da FRELIMO.



Em 1968, é nomeado Inspector das escolas da FRELIMO.



Em 1970 é nomeado Comissário Político Nacional.



No Governo de Transição Guebuza ocupa a pasta da Administração Interna. No primeiro Governo do Moçambique independente é nomeado Ministro do Interior.



Em 1974, Armando Emílio Guebuza, dirige na sua qualidade de Comissário Político, o processo de criação e implantação dos Grupos Dinamizadores.



Em 1977, o Comité Político Permanente da FRELIMO designa Armando Guebuza para dirigir a Comissão de reassentamento das populações vítimas das cheias na Província de Gaza. É em resultado desse esforço, e em colaboração com as autoridades e populações locais, que nascem as aldeias comunais erguidas nas partes altas do Vale do Limpopo, e hoje em franco progresso.



Em 1977, o Comissário Político Nacional, Armando Guebuza é nomeado Vice-Ministro da Defesa Nacional e em 1978 acumula estes cargos com o de Substituto Legal do Governador da Província de Cabo Delgado.



Em 1981, é designado Governador da Província de Sofala, e em 1983, é novamente, nomeado Ministro do Interior.



Em 1984, é nomeado Ministro na Presidência, responsável pela coordenação das áreas da Agricultura, Comércio, Indústria Ligeira e Turismo, assim como a cooperação com a China, Coreia do Norte, Paquistão e Vietname.



Em 1986, assume a pasta dos Transportes e Comunicações e da Presidência do Comité de Ministros dos Transportes e Comunicações da Comunidade para o Desenvolvimento da Africa Austral.



Em 1990, é nomeado chefe da delegação do Governo às conversações de Roma que resultaram na assinatura do Acordo Geral de Paz em 1992.



Em 1992, é designado Chefe da Delegação do Governo na Comissão de Supervisão e Implementação do Acordo Geral de Paz para Moçambique.



Armando Guebuza, Tenente-General na Reserva esteve também envolvido no processo de Paz do Burundi sob a égide do falecido Presidente da Tanzânia Julius Nyerere e, mais tarde, do antigo Presidente sul-africano, Nelson Mandela. Armando Guebuza foi responsável da Comissão sobre a natureza do conflito Burundês, problemas do genocídio e exclusão e suas soluções.



Em 2000 ele foi escolhido por consenso pelas partes em conflito no Burundi para presidir à Comissão sobre as Garantias para a Implementação do Acordo resultante das negociações de Paz.



Foi Chefe da bancada da FRELIMO desde o primeiro parlamento multipartidário saído das Eleições Gerais de 1994, até ao VIII Congresso da FRELIMO.



Em 2002, é eleito Secretário Geral da FRELIMO.



Em 2004, é eleito Presidente da República.



Em 2005 é eleito Presidente do Partido.



Armando Emílio Guebuza é casado com Maria da Luz Guebuza, é pai de 4 filhos e tem dois netos.

Cólera em Namialo: Desinformação leva à destruição de casas

SEIS residências pertencentes a igual número de secretários de bairros, em Triangulo e Namuatho, na sede do posto administratico de Namialo, distrito de Meconta, em Nampula, foram destruídas na noite da quarta-feira última em conexão com a eclosão da cólera na região.Maputo, Sexta-Feira, 21 de Janeiro de 2011:: Notícias



Durante a desordem, um grupo de populares saqueou os bens encontrados nas habitações vandalizadas, acusando aqueles responsáveis da autoridade local de estarem por detrás da propagação da cólçera, que já provocou a morte de quatro pessoas em Namialo

A Polícia da República de Moçambique em Namialo teve que disparar várias vezes para o ar, como forma de dispersar os atacantes, tendo detido dez pessoas do grupo para investigação e consequente apuramento de responsabilidades.
A nossa Reportagem soube das autoridades locais em Namialo, cerca de 100 quilómetros da cidade de Nampula, que o centro de saúde local, que constava da lista dos alvos a vandalizar, foi poupado, mas o guarda foi agredido pelos insurgentes.
Paulino Essiaca, substituto do chefe do posto administrativo de Namialo, deu a conhecer que a esposa e filho de um dos secretários, cujas casas foram destruídas, contraíram também ferimentos, em consequência das agressões.
A fonte admitiu que o surto de diarreia e vómitos que neste momento afecta aquela vila, resulta do consumo de àgua imprópria, pois para ele, as figuras das autoridades locais são “crucificadas” pelo facto de trabalharem em parceria com os activistas da Cruz Vermelha, na disseminação das mensagens de prevenção da cólera, bem como na distribuição de alguns produtos de desinfecção da àgua, como é o caso do cloro.
Apesar do medo que se apoderou dos secretários e régulos naquele ponto do país, o Governo local diz que não vai desistir da sua tarefa de divulgar a mensagem de prevenção.
Segundo apuramos, faz muito tempo que não chove, o que faz com que as populações recorram a poços tradicionais.

O problema de lixo, que é produzido em grandes quantidades, também é apontado como um outro agravante.
Namialo não dispõe de capacidade material e financeira para fazer face a este problema que se arrasta faz tempo. Dados disponíveis indicam que a facturação (impostos e outras taxas) do posto não ultrapassam os 60 mil meticais por mês, valor insuficientes para responder as necessidades existentes.

TERRA QUE O VIU NASCER: Matalane cede espaço para funeral do filho

OS restos mortais do Mestre Malangatana, pintor-mor e ícone das artes e cultura do país, vão hoje a enterrar em Matalane, em Maputo, sua terra-natal, num acto de Estado que contará com a presença do Presidente Armando Guebuza, familiares, amigos e representantes dos diversos segmentos da sociedade.Maputo, Sexta-Feira, 14 de Janeiro de 2011:: Notícias


De acordo com o programa, as exéquias iniciam às 10.00 horas com uma cerimónia religiosa seguida de apresentação de mensagens de condolências e do elogio fúnebre.
Neste contexto e por decisão do Conselho de Ministros, o país observa a partir de hoje luto nacional de dois dias, devendo a Bandeira Nacional ser içada à meia-haste.
A primeira parte das cerimónias fúnebres terá lugar no anfiteatro do Centro Cultural de Matalane, local onde durante todo o dia de ontem decorreu o velório em homenagem ao pintor, enquanto a segunda decorrerá no espaço da futura Fundação Malangatana.
Fazer o seu enterro em Matalane era umas das vontades do finado manifestadas em vida.
O ícone da pintura moçambicana nasceu a 6 de Junho de 1936, na localidade de Matalane, distrito de Marracuene, onde começou a desenhar ainda em tenra idade com carvão ou com outros materiais que tivesse à mão até emigrar aos 12 anos para a então cidade de Lourenço Marques (hoje Maputo).

Conhecido pelos seus belíssimos quadros, antes de entrar para o mundo das artes plásticas Malangatana exerceu diversas profissões, como apanha-bolas no clube de ténis, empregado doméstico, pastor de gado e empregado de bar.
Na sua trajectória de vida lutou activamente pela independência, tendo sido preso pela Polícia Internacional de Defesa do Estado (PIDE), torturado e, alcançada a independência, juntou-se ao Partido Frelimo, pelo qual viria a ser deputado na Assembleia Popular.
Em 1997 foi nomeado Artista pela Paz, tendo o director da UNESCO descrito Malangatana como “muito mais do que um artista, alguém que demonstra que existe uma linguagem universal, a linguagem da arte, que permite comunicar uma mensagem de paz”. Recebeu inúmeros prémios no seu percurso artístico.
As suas obras encontram-se espalhadas pelo mundo fora.