Reabilitação da Linha de Sena: Estado “chumba” qualidade da obra

Nenhum dos 554 quilómetros da linha férrea de Sena, no centro do país, responde aos padrões definidos no contrato de reabilitação rubricado entre o Estado moçambicano e o consórcio indiano Rites and Ircon, no âmbito da concessão do Sistema Ferroviário do Centro, rubricado em 2004. O Presidente do Conselho de Administração dos Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) percorreu a linha nos últimos dois dias em visita de fiscalização às obras e, na hora do balanço, disse não acreditar que o consórcio indiano vá a tempo de corrigir os erros e omissões abundantes no empreendimento e de evitar o cancelamento da concessão do sistema, conforme decisão do Conselho de Ministros.Maputo, Quarta-Feira, 9 de Fevereiro de 2011:: Notícias


A mais grave das omissões detectadas por Rosário Mualeia está ligada à balastragem, cujas deficiências em vários troços da linha podem reduzir a capacidade de resposta aos volumes de carga projectados para os próximos tempos, particularmente após o arranque das operações de exportação do carvão de Moatize a partir do Porto da Beira. Balastragem é o processo de colocação de pedra sobre a qual assentam os carris em condições capazes de aguentar com o peso das cargas planeadas.

Tal deficiência origina desníveis na linha que a serem ignoradas podem provocar descarrilamento de comboios, sobretudo quando a linha estiver em pleno uso da sua capacidade, estimada em seis milhões de toneladas por ano.

Na conversa que manteve com jornalistas no final da visita, Mualeia também se referiu à falta de valas de drenagem, outro elemento que, segundo ele, pode fragilizar a linha, uma vez que em tempo de chuva as águas fluviais vão invadir a via arrastando solos, contaminando o balastro ou movimentando-o, com todas as consequências para a estabilidade da ferrovia.

A empreitada na linha de Sena inclui ainda a reabilitação de 17 estações ferroviárias, bem como a construção e/ou reabilitação de residências para o pessoal das operações, trabalho que, segundo pôde constatar a nossa Reportagem, apenas foi concluído em duas, nomeadamente a de Muanza e de Inhaminga. Em Caia, por exemplo, as obras de construção do novo edifício da estação foram iniciadas em Agosto de 2010, mas até à última segunda-feira não passavam das fundações.

“A minha maior infelicidade no final da visita é não ter podido ver um único quilómetro, dos 554 da extensão da linha, em condições de responder aos padrões estabelecidos no contrato. Ainda há muito trabalho por realizar e considerando que haverá certamente outros aspectos que serão apontados pelo engenheiro independente da obra, por maior que seja o esforço do empreiteiro, não acredito que o trabalho possa ser concluído no tempo que vai até 24 de Março, depois do que vamos comunicar formalmente a rescisão do contrato”, explica Mualeia.Segundo o PCA dos CFM, a RICON não está em condições de concluir o trabalho, uma vez que além de não dispor de capacidade financeira e meios humanos qualificados, tem grande parte do seu equipamento avariado, situação que joga a seu desfavor.

Ronaldo ou Messi: quem é o Di Stéfano do século XXI?

A pergunta é tão absurda como a do "gostas mais da mamã ou do papá?" Quique Flores iniciou o debate, Valdano respondeu sem demora. Amanhã, dois Stéfanos em Genebra, no Portugal-Argentina

Pelé ou Maradona? Eusébio tem a resposta na ponta da língua: Di Stéfano. "Ele jogava com todas as partes do corpo, aquilo é que era um jogador completo. E recuava, ia lá atrás, roubava a bola ao adversário e iniciava um ataque. Às vezes, até o concluía com um golo. Garanto-lhe: um fenómeno sem igual!"

É sábado, dia de Barcelona-Atlético Madrid. Os três golos de Messi são um pormenor. A jogada que o marca ocorre aos 51 minutos. Agüero pega na bola, passa o meio-campo do Atlético (uy, que raro!), corre, corre, corre e está quase a chegar à área do Barcelona, quando aparece um homem. Afinal, há aqui um equívoco. É um miúdo. É Messi, que rouba a bola ao compatriota com uma classe digna de um Beckenbauer e sai a jogar, depois de passar por Felipe Luis com mais um toque virtuoso. No final, há quem o endeuse. Como Quique Flores, treinador do Atlético Madrid. "Messi é o Di Stéfano do século XXI."

Um dia depois, domingo, há Real Madrid-Real Sociedad no cartaz da Liga espanhola. Cristiano Ronaldo marca mais dois golos mas isso é um pormenor. Um lance mágico, aos 19 minutos. Lançamento largo de Özil para a esquerda. De costas para a bola e marcado em cima por Estrada, não se espera grande coisa de Ronaldo. A jogada está perdida. Mas Ronaldo inventa a espaldinha, um toque com as costas em que a bola passa por cima do adversário. A habilidade de CR7 faz com que o Bernabéu venha abaixo com aplausos e interjeições do tipo "Ooooooohhhhhhhh, coño, joder". No final, há quem o endeuse. "Cristiano é que é o Di Stéfano do século XXI", diz Valdano, o triplo D (desesperado director-desportivo) do Madrid, a quem Mourinho fechou a porta do balneário na cara numa tentativa (bem-sucedida) de o afastar da equipa.

Sem o que fazer, Valdano trabalha para reconquistar o seu lugar dentro do balneário, onde já actuou como jogador (1984-87) e treinador (94-96). E que trabalheira... Essa de eleger um português (Ronaldo), em detrimento de um paysano (Messi), para sucessor de um compatriota (Di Stéfano) é um pedido de socorro.

Mourinho não foi cá em cantigas, e até se atirou ao outro, que é Messi. "Ronaldo joga sempre com todas as forças, esgota-se em campo, mas tem um problema: a ele, que tem um bom corpo e é forte, os adversários metem-lhe o pé, derrubam-no. Não é como ao outro [Messi], a quem todos têm medo de meter o pé e ninguém lhe toca."
No meio desta troca de palavras, nada melhor que um momento chill out, na neutra Suíça. Amanhã, quarta-feira, é dia de Portugal-Argentina. Em Genebra, a cidade com nome de um gin inventado no século XVII. Aí ninguém discutia o Di Stéfano do próximo século. Deixemo-nos de histórias. Isto de eleger o Di Stéfano do século XXI é como aquela pergunta absurda do "gostas mais da mamã ou do papá?" Não há escolha possível. Os dois são Di Stéfano. Messi vai à defesa e recupera a bola junto de Agüero, como Di Stéfano. Ronaldo joga com todas as partes do corpo, incluindo as costas, como Di Stéfano. Brindamos a isso. Genebra!

 
Fonte:http://www.tim.co.mz/por/Noticias/Desporto/Ronaldo-ou-Messi-quem-e-o-Di-Stefano-do-seculo-XXI