O “Dia da Ira” popular chega ao Iémen

Crise no mundo árabe

Pelo menos 20 mil manifestantes da oposição iemenita iniciaram, ontem, protestos contra o regime do presidente Ali Abdullah Saleh diante da Universidade de Sanaa, segundo a agência EFE. Os manifestantes gritam palavras de ordem contra a corrupção e instam à revolução, no começo de uma jornada denominada “Dia da Ira”. Os manifestantes não acreditam no discurso do presidente iemenita, no qual se comprometeu a congelar as reformas constitucionais que pretendia efectuar para não limitar o número de mandatos presidenciais. Em mensagem ao Parlamento, o líder iemenita tinha dito “não à extensão do mandato e à herança”. E ainda esta semana, o presidente, num jogo estratégico, convidou a oposição a participar no Governo de Unidade Nacional. Todavia, os manifestantes rejeitaram estas promessas com palavras de ordem como “revolução, revolução”, “discursos falsos” e “promessas falsas”. Dezenas de milhares de manifestantes organizaram outras concentrações, em distintas províncias do país, como já ocorrera na quinta-feira passada. O partido governante, por sua vez, enviou milhares de seguidores à praça Tahrir (Libertação), no centro da capital, para expressar apoio ao presidente e ao governo iemenitas. A praça seria palco da manifestação convocada pela oposição há dois dias, mas como os simpatizantes do governo ocuparam o lugar, na quarta-feira, os grupos opositores decidiram realizar o “Dia da Ira” no campus da Universidade de Sanaa.

No Egipto

Manifestantes anti-governo disseram estar, agora, mais determinados do que nunca em derrubar o presidente Hosni Mubarak, depois dos simpatizantes do regime terem invadido a praça Tahrir, desencadeando violência que resultou na morte de cinco pessoas e ferimentos de outras dezenas. Milhares de pessoas continuam reunidas na Praça Tahrir, depois que os manifestantes anti-regime resistiram e consolidaram o controlo do local. “Duma ou doutra maneira iremos derrubar Mubarak”, gritavam alguns manifestantes depois de se “degladiarem” com os discípulos do ditador. “Não vamos desistir”, gritavam os outros revoltados com a traição por parte de alguns populares. “O que aconteceu, ontem (quarta-feira), deu-nos maior determinação em derrubar o presidente Mubarak”, disse um porta-voz dos manifestantes.


Na Argélia
O governo da Argélia alertou, ontem, aos organizadores de um enorme protesto, previsto para ocorrer na capital Argel no próximo dia 12, que poderão ser responsabilizados se a marcha tornar-se um evento violento.

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