Crise líbia: Kadhafi perde terreno

A REBELIÃO mantinha ontem o controlo sobre o leste da Líbia e o Governo de Muammar Kadhafi tentava sufocar a extensão do movimento na parte oeste, ao mesmo tempo que dezenas de milhares de líbios e estrangeiros fugiam do país por terra, mar e ar.
Maputo, Sábado, 26 de Fevereiro de 2011:: Notícias
 
Há notícias de que os opositores ao regime tomaram inclusivamente bases militares e edifícios governamentais em Benghazi e Tobruk, onde tomaram lugares estratégicos.

Os activistas que, segundo as agências internacionais incluem desertores das forças armadas líbias, avançavam para a região oeste, onde se falava ontem de confrontos militares.

Também há notícias de combates entre forças pró e anti-governamentais na cidade de Misrata, a terceira maior do país.

Em Tripoli, foi igualmente anunciada a eclosão dos confrontos na quinta-feira. Segundo fontes, pelo menos cinco pessoas morreram na capital líbia quando forças de segurança abriram fogo contra manifestantes anti-governamentais a oeste da cidade, disse um morador local.

A fonte, que não quis ser identificada, também afirmou que opositores do líder líbio, gritavam slogans contra Muammr Kadhafi no distrito de Fashloum, a leste de Trípoli.

Os combates em Tripoli eclodiram depois que os manifestantes anti-governamentais assumiram o controlo de diversas cidades próximo da capital, após uma rebelião centralizada na cidade de Benghazi, que retirou grande parte do leste da Líbia do controlo de Kadhafi.

O filho do líder líbio, Saif al Islam, afirmou a um canal de televisão turco que a sua família está decidida a viver e morrer na Líbia, independentemente do que acontecer, e impedir que os terroristas controlem uma parte do país.

Indagado por um jornalista do canal CNN-Türk sobre uma possível fuga da sua família se os rebeldes vencer, Saif al Islam respondeu: “O nosso primero plano é viver e morrer na Líbia”, declarou Saif, reconhecendo que os partidários do líder já não controlam a parte oriental da Líbia, mas assegurou que recuperariam o controlo dessa zona.

A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, denunciou ontem o aumento da repressão aos manifestantes que ameaçam o regime de Kadhafi, que pode ter deixado “milhares de mortos e feridos”.

Os serviços de segurança dos Estados Unidos e da Europa consideram que o poder do líder líbio sobre o país pode depender, em parte, do desempenho de uma unidade militar de elite liderada por um dos seus filhos mais novos.

Entretanto, a Suiça anunciou o congelamento das contas bancárias de Kadhafi e colaboradores, enquanto o Governo britânico indicou que vai congelar as contas bancárias domiciliadas em Londres do dirigente líbio bem como o seu património imobiliário, avaliados em mais de 20 mil milhões de euros, revelou ontem o diário The Telegraph.

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