Crise costamarfinense: UA e UE preparam sanções contra Gbagbo

A UNIÃO Africana (UA) e a União Europeia (UE) ameaçaram impor sanções contra o presidente cessante da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, se ele persistir na tentativa de obstruir o processo eleitoral, com a sua recusa de aceitar os resultados da votação que deram vitória ao seu rival Alassane Dramane Ouattara.
Maputo, Quarta-Feira, 8 de Dezembro de 2010:: Notícias
 
Através do o seu Conselho de Paz e Segurança (CPS), a UA avisou que apenas está à espera do relatório do seu enviado à Costa do Marfim, o ex-presidente sul-africano Thabo Mbeki, bem como das conclusões da cimeira extraordinária da CEDEAO, realizada ontem, em Abuja, para tomar a sua decisão. Esta advertência foi emitida na segunda-feira, após uma reunião de emergência do CPS, em Addis-Abeba, depois da investidura de Gbagbo como PR,  sábado, no mesmo dia em que o ex-PM Alassane Ouattara também prestou juramento como chefe de Estado.
A União Europeia também pondera a adopção de sanções contra a Costa do Marfim, caso a crise política em curso não seja rapidamente resolvida, conforme anunciou também na segunda-feira a Alta Representante da UE para a Política Externa.
O aviso de Catherine Ashton surge no dia em que a UE se juntou à comunidade internacional no apoio ao candidato da oposição, Alassane Ouattara, como vencedor da segunda volta das eleições presidenciais, realizadas no passado dia 28 de Novembro.
Quer Ouattara quer o presidente Laurent Gbagbo reclamam a vitória nas urnas, e ambos já anunciaram a nomeação dos respectivos primeiros-ministros.
Quer a UA, quer a UE nenhum dos bloco tipificou as eventuais sanções, deixando apenas claro que seriam aplicados todos os instrumentos pertinentes dessas organizações, à luz dos quais a manutenção do poder do chefe de Estado costamarfinense cessante poderá ser vista como anticonstitucional e ilegal. A UE vai mais longe, ao ponderar a possibilidade de reter cerca de 255 milhões de euros, correspondentes a ajuda ao desenvolvimento.
Em Paris, o presidente Nicolas Sarkozy disse ter já pedido a Gbagbo que se retire e devolva o poder ao candidato vencedor das eleições, Alassane Ouattara.
Entretanto, a ONU decidiu retirar o seu pessoal não essencial da Costa do Marfim, num total de 460 funcionários, devido ao clima de tensão no país, avisando que o secretário-geral, Ban Ki-moon está “profundamente preocupado” com a crise.
Um sinal de tensão foi dado pelo presidente cessante, Laurent Gbagbo, ao prolongar o recolher obrigatório que deveria acabar na segunda-feira, por mais uma semana.
Por seu lado, o primeiro-ministro nomeado por Alassane Ouattara, Guillaume Soro não excluiu um confronto, quando interrogado pela rádio francesa Europe 1, se estava pronto para “desalojar” Gbagbo. “Se ele nos obrigar, não teremos outra escolha”, respondeu Soro, que acumula com a pasta de Defesa, se bem que tenha defendido uma solução pacífica. Soro é o líder das Forças Novas, o movimento rebelde que controla o Norte do país desde o golpe de Estado falhado de 2002.
Todos temem um novo ciclo de violência, após os incidentes sangrentos dos últimos dias, que saldaram na morte de pessoas desde o dia 28 de Novembro, quando se realizou a 2ª volta das presidenciais, conforme denunciou na segunda-feira a Amnistia Internacional.
 

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