Seguidor de Gbagbo incita à violência contra forças da ONU

O LÍDER do grupo "Jovens Patriotas”, apoiantes do presidente cessante da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, apelou ontem aos jovens do país para se organizarem em grupos para impedir a circulação das forças das Nações Unidas (ONU).
Maputo, Sábado, 26 de Fevereiro de 2011:: Notícias
 
Peço aos jovens da Costa do Marfim para se organizarem em comités para impedir a ONUCI (Operação das Nações Unidas na Costa do Marfim) de circular, por todos os meios”, disse Charles Ble Goude perante um grupo de cerca de três mil pessoas em Abidjan.

“Hoje não são os rebeldes que estão em guerra, é a UNOCI que a faz”, afirmou, apelando por isso à criação de “comités de autodefesa nos bairros”.

Na Costa do Marfim, e na capital do país, Abidjan, em particular, têm recrudescido desde há mais de uma semana manifestações e acções de violência entre partidários de Gbagbo e forças militares leais a Alassane Ouattara, Presidente eleito e reconhecido pela comunidade internacional.

Num comunicado divulgado após a reunião do conselho de ministros, na quinta-feira, o governo de Gbagbo condenou “a atitude das forças da ONU cúmplices da infiltração de ‘rebeldes’ em diversos bairros de Abidjan.

Enquanto isso, fortes tiroteios foram ouvidos na capital política da Costa do Marfim, Yamoussoukro, fruto de confrontos entre as forças leais ao presidente Laurent Gbagbo e habitantes de um bairro que apoia Alassane Ouattara, segundo testemunhas.

As patrulhas das Forças de Defesa e Segurança (FDS), leais a Gbagbo, foram alvo de disparos durante a noite no bairro de Diulabugu. Em seguida, começou um tiroteio que durou até a manhã do dia seguinte, indicaram à AFP fontes da FDS.

Desde o início da crise política no país, provocada pelas eleições presidenciais de Novembro, vários confrontos já ocorreram entre a FDS e os partidários de Alassane Ouattara.

Crise líbia: Kadhafi perde terreno

A REBELIÃO mantinha ontem o controlo sobre o leste da Líbia e o Governo de Muammar Kadhafi tentava sufocar a extensão do movimento na parte oeste, ao mesmo tempo que dezenas de milhares de líbios e estrangeiros fugiam do país por terra, mar e ar.
Maputo, Sábado, 26 de Fevereiro de 2011:: Notícias
 
Há notícias de que os opositores ao regime tomaram inclusivamente bases militares e edifícios governamentais em Benghazi e Tobruk, onde tomaram lugares estratégicos.

Os activistas que, segundo as agências internacionais incluem desertores das forças armadas líbias, avançavam para a região oeste, onde se falava ontem de confrontos militares.

Também há notícias de combates entre forças pró e anti-governamentais na cidade de Misrata, a terceira maior do país.

Em Tripoli, foi igualmente anunciada a eclosão dos confrontos na quinta-feira. Segundo fontes, pelo menos cinco pessoas morreram na capital líbia quando forças de segurança abriram fogo contra manifestantes anti-governamentais a oeste da cidade, disse um morador local.

A fonte, que não quis ser identificada, também afirmou que opositores do líder líbio, gritavam slogans contra Muammr Kadhafi no distrito de Fashloum, a leste de Trípoli.

Os combates em Tripoli eclodiram depois que os manifestantes anti-governamentais assumiram o controlo de diversas cidades próximo da capital, após uma rebelião centralizada na cidade de Benghazi, que retirou grande parte do leste da Líbia do controlo de Kadhafi.

O filho do líder líbio, Saif al Islam, afirmou a um canal de televisão turco que a sua família está decidida a viver e morrer na Líbia, independentemente do que acontecer, e impedir que os terroristas controlem uma parte do país.

Indagado por um jornalista do canal CNN-Türk sobre uma possível fuga da sua família se os rebeldes vencer, Saif al Islam respondeu: “O nosso primero plano é viver e morrer na Líbia”, declarou Saif, reconhecendo que os partidários do líder já não controlam a parte oriental da Líbia, mas assegurou que recuperariam o controlo dessa zona.

A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, denunciou ontem o aumento da repressão aos manifestantes que ameaçam o regime de Kadhafi, que pode ter deixado “milhares de mortos e feridos”.

Os serviços de segurança dos Estados Unidos e da Europa consideram que o poder do líder líbio sobre o país pode depender, em parte, do desempenho de uma unidade militar de elite liderada por um dos seus filhos mais novos.

Entretanto, a Suiça anunciou o congelamento das contas bancárias de Kadhafi e colaboradores, enquanto o Governo britânico indicou que vai congelar as contas bancárias domiciliadas em Londres do dirigente líbio bem como o seu património imobiliário, avaliados em mais de 20 mil milhões de euros, revelou ontem o diário The Telegraph.

http://opais.sapo.mz/index.php/sociedade/45-sociedade/12387-piratas-somalis-ameacam-matar-24-tripulantes-do-vega-5-feitos-refens.html

Caso não se pague o resgate avaliado em cinco milhões de dólares Dos 24 cidadãos feitos reféns há sensivelmente  50 dias, 19 são moçambicanos  e todos estavam ao serviço da “Pescamar”, quando foram sequestrados no largo do Bazaruto.

Os 24 cidadãos, dos quais 19 moçambicanos, feitos reféns por piratas somalis, desde Dezembro último, poderão ser executados num prazo de sete dias, contados a partir da quarta-feira passada, caso o Governo ou a Pescamar não desembolsem o valor exigido pelos piratas para o efeito de resgate.
De acordo Tina Oliveira, irmã de um dos moçambicanos sequestrados, Olívio Oliveira, os piratas exigem um valor estimado em cinco milhões de dólares americanos para a libertação dos sequestrados.
Porém, em contacto telefónico com o nosso jornal, um dos piratas disse que o Governo ou a Pescamar deve pagar 500 dólares para que os reféns sejam devolvidos ao nosso país.
Na referida conversa mantida entre o nosso matutino e o pirata, pedimos falar com um dos moçambicanos reféns, mas a solicitação não foi aceite. Os somalis disseram que tal só seria possível mediante o pagamento do valor exigido. “Enviem-nos o dinheiro que terão os vossos amigos”.
Governo reage
O ministro das Pescas, Victor Borges, reagindo ontem ao assunto, disse que o Governo ainda não recebeu nenhuma informação relativa ao pedido de resgate dos cidadãos feitos reféns por somalis. 
Victor Borges considera estranha a atitude dos somalis, alegadamente por não ser seu costume exigir valores aos governos, mas sim a empresas proprietárias das embarcações que, neste caso concreto, seria a Pescamar.
No total, os piratas têm na sua posse 36 embarcações, sendo o “Vega 5” a vigésima sétima embarcação a chegar ao local. Curiosamente, nenhum desses sequestros foi notificado a um governo, mas sim às empresas proprietárias, afirmou o titular da pasta das Pescas.
Famílias continuam desesperadas
Na ausência de uma palavra satisfatória do Governo e/ou do proprietário da embarcação a responder positivamente às chantagens dos piratas somalis, as famílias das vítimas continuam num autêntico sofrimento, devido, por um lado, à ausência dos parentes e, por outro, à falta das condições de vida, já que alguns sequestrados eram chefes de famílias.

Reabilitação da Linha de Sena: Estado “chumba” qualidade da obra

Nenhum dos 554 quilómetros da linha férrea de Sena, no centro do país, responde aos padrões definidos no contrato de reabilitação rubricado entre o Estado moçambicano e o consórcio indiano Rites and Ircon, no âmbito da concessão do Sistema Ferroviário do Centro, rubricado em 2004. O Presidente do Conselho de Administração dos Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) percorreu a linha nos últimos dois dias em visita de fiscalização às obras e, na hora do balanço, disse não acreditar que o consórcio indiano vá a tempo de corrigir os erros e omissões abundantes no empreendimento e de evitar o cancelamento da concessão do sistema, conforme decisão do Conselho de Ministros.Maputo, Quarta-Feira, 9 de Fevereiro de 2011:: Notícias


A mais grave das omissões detectadas por Rosário Mualeia está ligada à balastragem, cujas deficiências em vários troços da linha podem reduzir a capacidade de resposta aos volumes de carga projectados para os próximos tempos, particularmente após o arranque das operações de exportação do carvão de Moatize a partir do Porto da Beira. Balastragem é o processo de colocação de pedra sobre a qual assentam os carris em condições capazes de aguentar com o peso das cargas planeadas.

Tal deficiência origina desníveis na linha que a serem ignoradas podem provocar descarrilamento de comboios, sobretudo quando a linha estiver em pleno uso da sua capacidade, estimada em seis milhões de toneladas por ano.

Na conversa que manteve com jornalistas no final da visita, Mualeia também se referiu à falta de valas de drenagem, outro elemento que, segundo ele, pode fragilizar a linha, uma vez que em tempo de chuva as águas fluviais vão invadir a via arrastando solos, contaminando o balastro ou movimentando-o, com todas as consequências para a estabilidade da ferrovia.

A empreitada na linha de Sena inclui ainda a reabilitação de 17 estações ferroviárias, bem como a construção e/ou reabilitação de residências para o pessoal das operações, trabalho que, segundo pôde constatar a nossa Reportagem, apenas foi concluído em duas, nomeadamente a de Muanza e de Inhaminga. Em Caia, por exemplo, as obras de construção do novo edifício da estação foram iniciadas em Agosto de 2010, mas até à última segunda-feira não passavam das fundações.

“A minha maior infelicidade no final da visita é não ter podido ver um único quilómetro, dos 554 da extensão da linha, em condições de responder aos padrões estabelecidos no contrato. Ainda há muito trabalho por realizar e considerando que haverá certamente outros aspectos que serão apontados pelo engenheiro independente da obra, por maior que seja o esforço do empreiteiro, não acredito que o trabalho possa ser concluído no tempo que vai até 24 de Março, depois do que vamos comunicar formalmente a rescisão do contrato”, explica Mualeia.Segundo o PCA dos CFM, a RICON não está em condições de concluir o trabalho, uma vez que além de não dispor de capacidade financeira e meios humanos qualificados, tem grande parte do seu equipamento avariado, situação que joga a seu desfavor.